Fósseis de dinosauros foram encontrados na Austrália

sexta-feira, 3 de julho de 2009

DA BBC BRASIL


Nesta representação artística estão as figuras dos três novos dinossauros: Australovenator (acima), Wintonotitan (meio)e Diamantinasaurus (abaixo)



Paleontólogos australianos anunciaram a descoberta de três espécies de dinossauros cujos fósseis foram escavados na chamada formação Winton, uma região rochosa do período Cretáceo localizada no Estado de Queensland, nordeste do país.

Uma das espécies, o carnívoro "Australovenator wintonensis", foi descrita como um predador com três garras penetrantes em cada pata, maior e mais temeroso que o "Velociraptor" retratado no filme "Jurassic Park".

Leve e ágil, este caçador era capaz de perseguir e alcançar facilmente sua presa em um terreno aberto, disseram os cientistas. As outras duas espécies eram herbívoras: o "Witonotitan wattsi" era um animal magro e alto, semelhante a uma girafa, enquanto o "Diamantinasaurus matildae" tinha formas mais corpulentas, como um hipopótamo. Ambos eram titanossauros, as criaturas mais pesadas que já viveram na Terra.

Batizados em referência aos titãs da mitologia grega, foram um dos últimos saurópodes do período Cretáceo, cerca de 100 milhões de anos atrás.

Importância
Detalhes da descoberta foram publicados na revista científica de acesso aberto PLOS One por uma equipe de pesquisadores liderada pelo curador de Geociências do Museu de Queensland, Scott Hocknull, e colegas do Museu de História Natural da Austrália.

Os novos dinossauros foram apelidados pelos cientistas através de referências à canção "Waltzing Matilda", uma espécie de 'hino' do folclore australiano, composta no final do século XIX pelo compositor Banjo Patterson na cidade de Winton.

Banjo (o "Australovenator") e Matilda (o "Diamantinasaurus") -possivelmente predador e presa - foram encontrados juntos em um lago de 98 milhões de anos, afirmaram os cientistas. O "Witonotitan " foi apelidado de Clancy.

As novas espécies ficarão no Museu da Era dos Dinossauros Australiana, em Winton, que começará a ser construído nesta sexta-feira em Queensland, com expectativa de término em 2015. Segundo as autoridades australianas, a formação Winton já rendeu mais fósseis de dinossauros que o resto do país.

"O histórico de dinossauros da Austrália é excepcionalmente pobre comparado ao de outros continentes com tamanhos similares", escreveram os autores.

"Uma melhor compreensão da história dos dinossauros na Austrália é crucial para entender a geografia paleontológica global do grupo dos dinossauros, incluindo de grupos que anteriormente se considerava terem origem em Gondwana (o supercontinente do hemisfério sul formado pela separação da Pangea), como os titanossauros e os carcarodontossauros."

A imprensa australiana disse que o anúncio recoloca o país no mapa das descobertas de grandes dinossauros pela primeira vez desde 1981, ano em que foi anunciado o Muttaburrasaurus, um grande herbívoro quadrúpede capaz de se apoiar nas duas patas traseiras.







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Cientistas encontram pegadas humanas de 1,5 milhão de anos

segunda-feira, 16 de março de 2009

DA BBC BRASIL


Cientistas encontraram pegadas humanas de 1, 5 milhão de anos no Quênia, que revelam que os pés e o modo de andar de alguns dos primeiros hominídeos já eram bem parecidos com o do ser humano moderno.

As pegadas apresentam sinais de dedos pronunciadamente arqueados, curtos e alinhados, que diferem de pegadas mais antigas.

O tamanho e o espaçamento entre as pegadas - atribuídas ao Homo erectus - refletem a altura, o peso e o modo de caminhar do ser humano moderno.

A descoberta foi publicada na revista Science.

Poucos registros

As pegadas não são as mais antigas pertencentes a um membro da linhagem humana, já que marcas do Australopithecus afarensis, de 3,7 milhões de anos atrás, foram encontradas em Laetoli, na Tanzânia, em 1978.

Estas pegadas, no entanto, mostram pés chatos e um ângulo bem maior entre o dedão e os demais dedos do pé, que indicam pés que ainda 'agarravam' o chão.

Ainda não se sabe exatamente como um pé mais parecido com o de macacos se desenvolveu para sua versão moderna.

De acordo com o principal autor do estudo, Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth, na Grã-Bretanha, existem relativamente poucos registros fósseis de ossos dos pés e das mãos.

"A razão é que carnívoros gostam de comer mãos e pés", afirmou Bennett à BBC News.

"Uma vez que a carne desaparece, existe uma série de pequenos ossos que não são preservados, então sabemos pouco sobre a evolução das mãos e dos pés nos nossos ancestrais."

Salto de evolução

As pegadas foram encontradas nas proximidades de Ileret, no norte do Quênia, em uma pequena colina com vários metros de sedimentos que os pesquisadores limparam cuidadosamente.

Eles encontraram duas séries de pegadas, uma cinco metros mais profunda do que a outra, separadas por areia, lodo e cinzas vulcânicas.

Através de comparações com amostras radioisótopas da região, os cientistas descobriram que as duas camadas de pegadas foram feitas com pelo menos 10 mil anos de diferença.

Outra característica fundamental descoberta com a série de pegadas é como o Homo erectus andava.

Há indícios de um grande peso no calcanhar, transferido em seguida para o canto externo do pé, progredindo para a parte interna e terminando com a elevação dos dedos.

"Isto é muito sintomático do estilo moderno de andar, e as pegadas de Laetoli não mostram estas mesmas características", disse Bennett.

A descoberta é uma importante peça para mapear a evolução dos humanos modernos, tanto em termos de fisiologia como na forma como o Homo erectus se relacionava com seu meio ambiente.

O Homo erectus foi um grande salto na evolução, demonstrando uma maior variedade de dieta e de habitat, e foi a primeira espécie da linhagem humana a sair da África.

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Até a década de 30, apuração de votos levava meses no Brasil

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Na República Velha, cédulas do Brasil todo eram apuradas no Rio. Primeiro projeto de informatização do voto foi elaborado em 1959.


Antes das conhecidas urnas eletrônicas, as eleições no Brasil não tinham uma apuração tão rápida e segura. Muito pelo contrário. Na República Velha, por exemplo, os brasileiros podiam demorar meses para saber o resultado oficial de um pleito.

"Os votos vinham do Brasil inteiro para o Rio de Janeiro, onde eram apurados na Assembléia. Os meios de transporte não eram eficientes, e a apuração podia levar meses", explica o professor da Universidade de Brasília Walter Costa Porto, autor de "Dicionário do Voto".

O voto com cédula de papel era mais fácil de fraudar, e muitos votos eram literalmente perdidos. No período colonial, as votações ocorriam nas igrejas.

Confira abaixo os principais momentos da história das eleições no país.

Voto de pelouro

As eleições existem no Brasil desde a época colonial, quando eram realizadas dentro de igrejas, para cargos como vereador, juiz e procurador. Os pelouros eram bolas de cera com fendas onde se colocavam os votos. A apuração era feita oito dias depois do Natal, quando um juiz convocava um menino de até sete anos para sortear os papéis dos pelouros.

A lei que pôe ordem

O processo eleitoral só saiu da igreja com a lei Saraiva, de 1881, ainda na época do Império. Além de criar o título eleitoral e estabelecer eleições diretas, o texto previa que o eleitor deveria ter mais de 21 anos, ter renda maior que 200 mil réis e ser alfabetizado.

Segundo o professor Porto, essa foi a lei mais importante do século XIX, já que mudou o processo eleitoral brasileiro. Nessa época, a apuração demorava meses, pois as cédulas viajavam o Brasil inteiro para chegar ao Rio de Janeiro, onde eram contadas.

Justiça Eleitoral

Instituída em em 1930, a Justiça Eleitoral organizou o processo de votação e ficou responsável pelos trabalhos eleitorais. As mulheres começaram a votar, e o voto passou a ser obrigatório, secreto, universal e direto. "O processo passou a ter várias regras que legitimaram a votação. A oposição passou a ter mais força na disputa", explica Maria do Socorro Braga, socióloga e professora da Universidade Federal de São Carlos.

Máquina de votar

O primeiro Código Eleitoral brasileiro, de 1932, já previa o uso de uma "máquina de votar". Segundo o site do Centro de Memória do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na década de 1960, Ricardo Puntel "inventou e apresentou ao TSE um modelo de máquina de votar que nunca chegou a ser usado".

Em 1982, uma lei elaborou o uso do processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais. Nas eleições de 1989, a apuração dos resultados já foi totalmente informatizada e, no pleito municipal de 1996, a Justiça Eleitoral deu início ao processo de informatização do voto. Naquele ano, 33 milhões de eleitores usaram a "máquina de votar". Segundo a professora Maria do Socorro Braga, as urnas eletrônicas dinamizaram a apuração e evitaram o desperdício de votos.

texto de Giovana Sanchez

Fonte:

Curitibanos contam história da cidade usando as próprias fotos

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Exposição mostra imagens de moradores no centro da cidade.
Curadora do projeto diz que a idéia estimula conservação do local.




A história do centro de Curitiba (PR) está sendo contada por quem ajudou a construí-la. Estão em exposição, em diversos bairros da capital paranaense, fotos antigas e atuais do acervo pessoal de moradores da cidade, que retratam momentos vividos por eles na região do Paço Municipal.

Duzentas fotos estão expostas em mobiliários junto com os depoimentos dos habitantes de Curitiba e podem ser conferidas até o dia 20 de dezembro. A iniciativa faz parte do projeto Arqueologia da Memória: na trilha do Paço, promovido pela prefeitura através da Fundação Cultural de Curitiba.

Segundo Lílian Amaral, curadora do projeto, o objetivo é contar a história do Paço e da região central da cidade através dos próprios cidadãos. “A intenção é fazer com que a população veja a si mesma representada ali”, explica Lílian. “É motivo de orgulho para o morador poder contar a história da cidade a partir da sua”.

As fotos estão localizadas nos locais em que os episódios registrados pelas fotos aconteceram, conferindo sentido simbólico aos espaços. “São as micro-histórias que formam a macro-história da cidade, por isso, é importante resgatar e divulgar o modo como cada um participa na construção coletiva da memória de sua cidade”.O que se pretende mostrar, segundo ela, é que “a história da cidade é formada todos os dias, nos acontecimentos do cotidiano das pessoas”.

Patrimônio

Ver a própria história se misturar com a da cidade, na opinião de Lílian, colabora também para que a população aprenda a preservar os espaços públicos. “Ninguém conserva algo com que não tenha uma vinculação afetiva. Quando nos reconhecemos no espaço público, passamos a conserva-lo”.

O projeto acompanha os trabalhos de restauração do Paço Municipal de Curitiba, o que justifica a preocupação em incentivar a conservação do local. “Queremos que as pessoas se apropriem disso e se sintam parte do espaço”, afirma Lílian.

Além dos mobiliários, duas maquetes que retratam o mapa da região central estão expostas na Galeria Julio Moreira, no Largo da Ordem. São dois mapas que fazem referência ao passado e ao presente de Curitiba, ressaltando as transformações que a cidade sofreu. Em ambos estão dispostas as fotografias recolhidas com a população.

Fonte:

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