O GOVERNO DE JÂNIO QUADROS

quarta-feira, 21 de maio de 2008

(1961)

Tomando posse em janeiro de 1961, Jânio passou a governar um país marcado por uma grave crise financeira, havia intensa inflação e déficit na balança de pagamentos, acompanhado do conseqüente acúmulo da dívida externa. Para enfrentar esses problemas, Jânio criou uma política antiinflacionária, onde restringia os créditos, congelando os salários e incentivando as exportações. A partir dessa diretriz, acabou sofrendo oposição de praticamente todos os setores sociais.
O ministro das relações exteriores de seu governo, Afonso Arinos, procurou estabelecer uma política externa independente dos Estados Unidos. Buscou um relacionamento mais intenso com países socialistas, com o intuito de ampliar o mercado consumidor externo de nossos produtos, desta forma, foram restabelecidas as relações diplomáticas com a União Soviética e se condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul um dos líderes da revolução cubana, Ernesto “Che” Guevara. Essas atitudes preocuparam tanto os representantes norte-americanos, quanto a classe dominante brasileira e acirraram as correntes de oposição a seu governo.
O então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos mais ferrenhos opositores de Jânio, acusou o presidente de estar preparando um golpe de Estado. Sem apoio dos setores de direita ou de esquerda e desacreditado pelas classes populares, Jânio Quadros acabou por renunciar sete meses após o início de seu mandato, afirmando na ocasião, estar sendo pressionado por “forças terríveis”. Sua renúncia gerou uma crise política, uma vez que o vice-presidente João Goulart encontrava-se fora do país, tendo o poder passado ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli.
Em conseqüência, formou-se duas correntes políticas, uma contrária à posse de João Goulart, encabeçada pela UDN e expressando-se por Carlos Lacerda, a qual temia as ligações do vice-presidente com os sindicatos e era contrária à sua linha nacionalista e reformista. A outra corrente defendia a manutenção da legalidade e o cumprimento da Constituição e apoiava Goulart. O Exército dividiu-se entre essas duas correntes, mas a firme atuação do General Machado Lopes, comandante do III Exército, foi decisiva para garantir a posse de João Goulart.

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