A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

terça-feira, 22 de abril de 2008

Desde o século XVI até os nossos dias o surgimento das cidades brasileiras se deve a três fatores: Descobrimento e catequese, mineração e entradas no sertão e a iniciação e desenvolvimento agrícola, comercial e industrial. A princípio formou-se uma população litorânea, mas após terem vencido a serra e com a fundação de São Paulo de Piratininga, vários povoados foram nascendo no rastro dos mineradores e bandeirantes.
O brasileiro diferentemente do europeu, encontrou a mata fechada e em conseqüência, para que um vilarejo fosse erguido, era necessário enfrentar a natureza e doma-la como se fosse um animal feroz. Nesse período o primeiro contato foi brutal, pois, empunhando machados, os desbravadores foram derrubando árvores e devastaram milhares de quilômetros de floresta. Logo após, o ciclo da cana-de-açúcar foi responsável pelo surgimento de várias cidades na região nordeste e o ciclo da borracha contribuiu com o processo de urbanização da região norte, já no sudeste o café promoveu um desenvolvimento assustador trazendo consigo as estradas de ferro que colaborou com a criação de várias cidades do oeste paulista.
A partir da segunda metade do século XX a urbanização brasileira é generalizada, esse fenômeno que foi chamado de metropolização e transformou o perfil de maneira complexa onde se encontra um Brasil urbano com áreas agrícolas e um outro agrícola com áreas urbanas.
Fazer uma análise do país tendo visto ou percorrido apenas uma parte do território é impossível, o gaúcho, por exemplo, de pele rosada e com hábitos castelhanos se diferencia do nordestino que tem pele morena queimada pelo sol com suas roupas em couro confeccionadas para enfrentarem os espinheiros da caatinga e quando colocamos ambos ao lado dos moradores do sudeste, o contraste se torna ainda maior. Essas diferenças regionais devem ser vistas de diversos ângulos, como os dados materiais e os sistemas sociais. Num espaço de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, as cidades brasileiras, por mais diversas que pareçam nos seus aspectos regionais, guardam no íntimo uma só fisionomia, o de falar uma só língua.