quinta-feira, 24 de abril de 2008
Se a maioria dos historiadores compartilha uma mesma visão de D.Pedro II, o mesmo não se pode dizer a respeito de D.Pedro I que ora é mostrado como uma pessoa desprovida de cultura e totalmente despreparado para o poder, ora como leitor de Virgílio no original, músico de talento e hábil governante. Retratado como um jovem impetuoso, D. Pedro tinha 24 anos quando foi aclamado Imperador, teve papel decisivo no processo de emancipação política do país. Soube aproximar-se da ala conservadora da nova elite cultural brasileira, desobedeceu as Cortes portuguesas e declarou a independência do Brasil. Alguns o acusam de simpatizante dos portugueses, mas a maioria ressalta sua luta para consolidar a independência e coibir as tentativas de descentralização política. Particularmente firme foi sua atitude em fevereiro de 1822, quando rechaçou as tropas da divisão auxiliadora portuguesa que, na Praia Grande (Niterói) ameaçavam atacar o Rio e exigiam o regresso de D.Pedro para Lisboa. O Príncipe reverteu o jogo e obrigou os amotinados, chefiados pelo General Jorge de Avilez, a voltarem para Portugal.
Através de cartas anônimas aos jornais, geralmente aos que lhe faziam oposição, D.Pedro participava dos debates políticos da época, com uma postura conservadora, criticando “os proteus da democracia”, mas ao mesmo tempo condenando as “Cortes demagógicas de Portugal” e jurando guerra sem trégua aos inimigos da independência.
A importância da maçonaria no processo político da época levou D.Pedro a iniciar-se em agosto de 1822 na loja Comércio e Artes, com o nome de Guatimozin, variante de Cuauhtémoc, último imperador asteca, logo foi elevado a grão-mestre do Grande Oriente do Brasil, numa sessão em que Domingos Alves Branco propôs a sua aclamação como imperador do Brasil.
D.Pedro I mostrou-se absolutista na outorga da Constituição de 1824 e relutante em dividir o poder. Depois de 1826, quando iniciou no país a primeira legislatura dominada pelos liberais, ele passou a governar com dificuldade. Isolando-se no círculo fechado do seu “gabinete secreto”, submetido a pressões insuportáveis do povo e do Exército, decidiu abdicar do trono em 7 de abril de 1831, em favor do seu filho Pedro de Alcântara, encerrando um ciclo de menos de dez anos no poder efetivo.
Fonte: Nossa História
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