segunda-feira, 12 de maio de 2008
(1919-1922)
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, antiflorianista convicto, sua primeira medida foi substituir ministros militares por civis nas pastas que tradicionalmente eram ocupadas por membros das Forças Armadas, assim sendo, no Ministério da Marinha tomou posse Raul Soares e no Ministério da Guerra, Pandiá Calógeras. Este fato causou profundo descontentamento nos meios militares.
Para resolver os problemas que afetavam a região nordeste do país, Epitácio criou a Inspetoria Federal de Obras que tinha como função enfrentar a seca, comum naquele pedaço do Brasil. Paralelamente a isso, reiniciou as importações de manufaturados, o que prejudicou a balança comercial brasileira e enfraqueceu a indústria nacional. Acompanhando a tendência mundial após a Primeira Guerra, a economia brasileira passou da dependência em relação a Inglaterra para a sujeição norte-americana de onde muitos empréstimos foram obtidos, sendo a maioria deles aplicados na política de valorização do café, com isso, houve aumento de inflação e consequentemente a alta no custo de vida, mas Epitácio Pessoa negava-se em conceder aumento de salários, inclusive do soldo militar, agravando a indisposição com o Exército.
Em 1921, diante da ascensão do movimento operário, o presidente promulgou a Lei de Repressão ao Anarquismo, no intuito de conter as revoltas dos trabalhadores e em 1922, em meio a efervescência urbana de São Paulo, ocorreu uma reunião de artistas e intelectuais que contestavam a mentalidade brasileira tradicional e exigiam uma ampla discussão de nossa realidade. Esse movimento ficou conhecido como “Semana de Arte Moderna”, realizada no teatro municipal, que recebeu naqueles dias o movimento mais agitado de sua história. Por ali passaram literatos e artistas plásticos como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcante e muitos outros manifestantes.
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