O GOVERNO DE ARTUR BERNARDES

terça-feira, 13 de maio de 2008

(1922-1926)


Os quatro anos do governo de Artur da Silva Bernardes foram de absoluto estado de sítio, onde não havia garantia de liberdades individuais e foram acompanhados de vários movimentos revolucionários como o do Rio de Janeiro em 1922, Rio Grande do Sul em 1923 e o de São Paulo em 1924. O presidente procurou vingar-se dos ataques sofridos durante sua campanha, tentando desmontar as máquinas administrativas dos governos estaduais que se opuseram ao seu nome nas eleições, através de leis repressivas que também calava a imprensa e retirava dos cidadãos as garantias individuais. Tal atitude acirrava ainda mais as conspirações civis e militares que continuaram pipocando pelo país. Nesse período intensificou-se o tenentismo, numa reação contra o tenentismo, enquanto que as oposições se aglutinaram na Aliança Libertadora para fustigar o governo.
O Rio Grande do Sul perigava transformar-se, mais uma vez, em palco de guerra civil, pois, desde a Revolução Federalista, o Partido Republicano Gaúcho, chefiado por Borges de Medeiros, assumira o poder e constantemente reelegia os governadores do partido, já que a Constituição gaúcha permitia a perpetuação no poder, já que a Câmara dos Deputados era totalmente manipulada pelo governador.
Assis Brasil, líder da oposição gaúcha e fundador do Partido libertador que havia assistido a reeleição de Borges de Medeiros por cinco mandatos consecutivos, levou os membros de seu partido a pegarem em armas com o objetivo de impedirem a posse do candidato eleito, na ocasião, o General Setembrino de Carvalho, então Ministro da Guerra, foi enviado para pacificar a região e após vários meses de luta, republicanos e libertadores selaram, em 1923, o Pacto de Pedras Altas e a Constituição gaúcha foi reformada impedindo a reeleição de governadores.
No dia 5 de julho de 1924, eclodiu o levante tenentista em São Paulo liderado por Miguel Costa e Isidoro Dias Lopes que criticavam duramente o Presidente Artur Bernardes e exigiam a criação de um governo provisório e reformas na Constituição com a implantação do voto secreto. Os combates foram violentos, fazendo com que o governador paulista, Carlos de Campos, se refugiasse do palácio passando a despachar em um vagão de trem. Com a chegada de reforços federais, as tropas governistas forçaram os revoltosos a se retirarem para o interior, onde, nas proximidades de Foz do Iguaçu, aliaran-se com a coluna revolucionária chefiada pelo Capitão Luís Carlos Prestes. Com a união desses dois grupos, criou-se, aquele que foi, o mais forte movimento de guerrilha da América Latina. Liderados pelo General Miguel Costa e por Luís Carlos Prestes, a Coluna Prestes, como ficou conhecida, percorreu vinte e quatro mil quilômetros, incitando a população por onde passava, a se insurgir contra as oligarquias. Essa coluna era composta por um contingente de oitocentas a mil e quinhentas pessoas.

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