O GOVERNO DE WASHINGTON LUÍS

quarta-feira, 14 de maio de 2008

(1926-1930)
Ainda dentro dos princípios da “política do café com leite”, foi indicado para substituir Artur Bernardes o político paulista Washington Luís, nascido no Rio de Janeiro, mas atuante politicamente em São Paulo. O novo presidente assumiu o comando da nação sob o lema “governar é abrir estradas” e dentro desse ideal, Washington Luís programou a construção das rodovias Rio - São Paulo e Rio – Petrópolis. Objetivando dar continuidade a política de combate à inflação de seu antecessor, o novo presidente procurou realizar uma reforma financeira que estabilizasse a moeda nacional e para isso criou a Caixa de Estabilização que tinha a missão de emitir papel – moeda, lastrado no ouro que o país possuísse, ou que fosse depositado no estrangeiro em nome do Brasil. No entanto, a crise econômica mundial, reduzindo as reservas auríferas e os empréstimos de países estrangeiros, inviabilizou a Caixa de Estabilização que logo em seguida foi extinta.
Em relação ao crescente movimento operário, Washington Luís declarava que essa era apenas uma questão política, assim sendo, sua administração, enfrentou já em seu término, uma grave crise econômica que em parte era decorrente da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929. Essa crise afetou os Estados Unidos e Europa, principais compradores de nosso café e fonte de nossos empréstimos, por outro lado, a produção cafeeira atingira uma safra recorde, em torno de vinte e seis milhões de sacas, o que provocou a queda dos preços do produto. A defasagem entre a produção e a exportação foi tão grande que o governo não mais conseguiu manter à prática de proteção ao setor, através de empréstimos facilitados e a compra do excedente e em meio a esse quadro, as divergências entre as várias oligarquias se acentuaram e os tradicionais arranjos políticos não conseguiam mais solucionar esses conflitos.
Para os cafeicultores mineiros e também os fluminenses, o comando da política cafeeira, que desde 1924 estava a cargo do Instituto do Café de São Paulo, deveria passar para as mãos do Governo Federal, enquanto, no Rio Grande do Sul, os produtores de charque e arroz, queixavam-se do descaso do governo para esse setor, apoiados pelos produtores de algodão, fumo e cacau, das regiões norte e nordeste que faziam as mesmas reclamações.
Se a “política do café com leite” fosse mantida, o próximo presidente seria um mineiro, já que Washington Luís representava a oligarquia paulista, porém, com a quebra desse pacto político, o Presidente demonstrava a intenção de lançar para sua sucessão o paulista Júlio Prestes, a partir daí, Antonio Carlos de Andrade, Governador de Minas Gerais e candidato a sucessão presidencial, abriu mão de sua candidatura e organizou uma chapa de oposição que apoiava o Governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas e para seu vice, o paraibano João Pessoa. Formou-se assim, a Aliança Liberal, que reunia as oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba e que mais tarde foi engrossada pelos membros do Partido Democrático (PD), que era formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista (PRP).
O programa da Aliança Liberal refletia as aspirações das classes dominantes regionais, não ligadas ao núcleo cafeeiro e incorporava ainda, reivindicações em torno da regulamentação das leis trabalhistas, a instituição do voto secreto e do voto feminino e a anistia, que beneficiaria os tenentistas.

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