O GOVERNO DE HERMES DA FONSECA

sábado, 10 de maio de 2008

(1910-1914)

Com a vitória do Marechal Hermes da Fonseca nas eleições, o Brasil volta a ser governado por um militar e pela primeira vez na Velha República as oligarquias se dividem: de um Lado São Paulo, do outro Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Logo após tomar posse, Hermes da Fonseca se envolveu em uma aliança entre militares e jovens políticos vinculados à sua família e juntamente com oligarquias menores, procurou alterar a influência política das oligarquias mais tradicionais. Pinheiro Machado, Senador pelo Rio Grande do Sul, era o político mais influente da época e estendia seu controle sobre as oligarquias das regiões norte e nordeste e em 1910, no auge de sua carreira política, ele fundou o Partido Republicano Conservador (PRC).
Para diminuir a influência de Pinheiro Machado e do PRC, Hermes da Fonseca instituiu uma prática que ficou conhecida como Política Salvacionista, com a justificativa de eliminar a corrupção e salvar a pureza das instituições republicanas, por isso, em alguns estados, tropas federais intervinham para substituir o domínio de uma oligarquia por outra, essa atitude mantinha a desigualdade e mudava apenas os beneficiados.
A “política salvacionista” gerou inúmeras revoltas, sendo a mais violenta delas, liderada pelo Padre Cícero que gozava de grande popularidade entre os habitantes do sertão nordestino que consideravam o padre um fazedor de milagres. O deputado federal Floro Bartolomeu, aliado de Pinheiro Machado, tinha grande influência sobre o padre e consequentemente sobre a população local. Quando Hermes da Fonseca interveio no Ceará, afastando a oligarquia comandada pela família Acioly, Floro Bartolomeu convenceu Padre Cícero a protestar e orientados pelo padre, milhares de sertanejos entraram numa luta que não era deles e sim dos grandes coronéis. A violência foi tão grande, que o Governo Federal foi obrigado a ceder devolvendo o poder à velha oligarquia.
Outra revolta enfrentada por Hermes da Fonseca foi a chamada Revolta da Chibata, onde os marinheiros se rebelaram por sofrerem castigos corporais como pena pelas faltas disciplinares, essa rebelião recebia o apoio de alguns parlamentares e de parte da população carioca, com isso, o Presidente cedeu mais uma vez e aboliu os castigos corporais na instituição. Tempos depois, baixou um decreto afastando os marinheiros julgados indesejáveis o que levou a uma nova revolta que desta vez foi enfrentada com canhões do Exército e da própria Marinha, ocasionando a morte de inúmeros revoltosos e os que escaparam com vida, foram mandados para a Amazônia onde ficaram detidos no presídio das cobras. Dos dezessete detentos, apenas João Cândido sobreviveu, mas foi internado no hospital de alienados do Rio de Janeiro, mesmo tendo laudos médicos que confirmavam que ele não estava louco. Julgado em 1912, João Cândido foi absolvido e embora o preço pago tenha sido alto, os castigos corporais foram abolidos da Marinha.

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